No dia de São Sebastião relembramos a história do dia que ele foi condenado e preso por assassinato na cidade de São Sebastião -SP
Por Priscila Siqueira
“O dia em que o santo pecou” é o nome de um filme brasileiro da década
de 70, baseado em uma lenda pela qual São Sebastião, padroeiro de nosso
município, teria cometido um assassinato. (Assista o filme em link no final desse artigo).
O filme conta a história de João Baleia, um pescador cuja esposa foi
estuprada por três homens da comunidade. O fato deixou João fora de si,
tendo então matado os três estupradores e cegado um soldado.
Logo após esses episódios, o pescador teria aparecido morto em frente da
Igreja Matriz e uma testemunha jurou que viu o santo ter praticado a
assassinato.
Lenda ou não, o fato é que no Cartório de nossa cidade de São Sebastião-SP
havia uma documentação sobre o crime. Documentação essa que sumiu do
cartório, e o que consta é quem a surrupiou teria sido um advogado da
capital que percebeu o valor histórico e monetário do documento.
Prisão domiciliar: O Santo só podia sair da Igreja na sua procissão
São Sebastião teria sido condenado à cadeia, mas com a intercessão do
pároco da época ficou em “prisão domiciliar”… Só podia sair da igreja , na
procissão em sua homenagem cada dia 20 de janeiro, escoltado por
policiais…
Essa é uma das mais belas histórias de nosso município que é rico em
matéria de lendas e “causos” caiçaras.
A história real do santo é marcada por sua coerência e coragem
Porém, para muitos, o que realmente conta na história desse santo foi sua
coragem e coerência. Consta que o soldado Sebastião era muito bonito,
de porte esbelto e competente na sua função. O imperador Deocleciano,
então chefe do Império Romano, ficou impressionado com o rapaz. E deu
a ordem para ele vigiar uma seita, tida como perigosa, formada por
seguidores de um judeu chamado Jesus. Sebastião se infiltrou entre os
“perigosos” hereges e nada encontrou que os desabonassem. Pelo
contrário: via que tinham tudo em comum, não havia pobres e famintos
entre eles, e todas as pessoas- fossem quem fossem- eram respeitadas.
A CONVERSÃO
O inevitável aconteceu: Sebastião se converteu à Fé Cristã. Com muita
raiva os romanos que antes admiravam o sodado, o amarraram em um
tronco de árvore e ele foi flechado muitas vezes. Flecha é como uma isca
de peixe: entra fácil mas para ser retirada vai lacerando a carne atingida
por ela.
A história diz que Sebastião não morreu com tal tortura. Foi atendido por
algumas mulheres cristãs que cuidaram dele até sua recuperação. Depois
de curado, Sebastião continuou sua luta em defesa dos cristãos tendo ido
até Deocleciano pedir que parasse com a perseguição aos cristãos.
O imperador ficou extremamente irritado com a atitude desse um simples
soldado. Como resultado, mandou que ele fosse açoitado até a morte por
seus antigos colegas do exército romano. Tudo isso aconteceu no século
três da era cristã.
”Não adianta falar “Deus acima de tudo e agir contra a dignidade humana…”
Primas e primos, que história, heim?!… Coerência e coragem é o que toda
pessoas que se diz respeitar os valores cristãos tem de ter. Não adianta
falar “Deus acima de tudo” ( já que Ele está no meio de nós…) e agir
contra a dignidade humana.
Que São Sebastião, com seu exemplo de vida, nos dê força e coragem para
como ele, lutar contra a injustiça e pela Vida para todas as pessoas de
nosso planeta terra.