Naquele tempo (ano 69 a1970) o Rio da Paca ( rio ao lado da Escola Antônio Bernardino) , ainda uma criança era sinuoso e límpido, eu o conhecia_ como riozinho do Toninho Baiano e a pequena ponte que o transpunha era ponte do Mané Lopes . Ele dividia o Tinga de Baixo e o Tinga de cima cuja rivalidade aflorava nas “peladas” do campinho da mangueira”. Marijuana” ainda nas florescia abundante nas esquinas e a maior” adrenalina” era roubar laranjas na chácara do Vicente Orlando ou provocar o Dito “Amerco.” Só valia se ele estivesse próximo e com um penado na mão.
Lembro das vendinhas que também eram bares….A do “João Deus Aumenta”, Expedito, Anísio, Sr Moreira que depois foi do Dito Donato. No entanto, lembro-me mais do armazém da dona Laura que também era a parteira do bairro. Eu juntava as moedinhas pra ir comprar um pedaço de bolo de duas cores , que só tinha ali e uma Tubaína.
Em frente a chácara do Tuí ( ou Toim, sei lá) que hoje é o jardim Itaúna, havia o bar ” Mocó da Tia” que minha mãe mandava guardar distância, porque ali o salário semanal sovertia .Dizem que que era um prostíbulo de quinta categoria mas nunca parei pra perguntar.
Tenho doces lembranças das missas na igrejinha do poiares com o padre Gabriel, hoje em ruínas mas eu ficava com os amigos chupando a casca de um coquinho amarelo que tem até hoje lá. As festas de São João, quermesses, folia de reis eram comuns nos feriados ” santos”.Sem água encanada quem não tinha poço ia buscar água numa mina no final do Itaúna onde meu pai e o João Pinto fizeram uma roça de amendoim , mas a molecada roubava tudo.
Arte : Monsenhor Gabriel Reza a Missa na Igrejinha do Tinga Ilustração de Jaures Moreira;
Lembro de uma dupla sertaneja, Praiano e Praianinho composta pelo Nadir e o Toninho Ventura (o último já morto ) que tocaram no “Alvorada Sertaneja” , programa matutino da rádio Oceânica cujo apresentador era o finado Geraldo Alves que depois foi subsituido pelo Nerli Amaral. Alguns times de futebol se formaram como o Bandeirantes, Nova Caraguá e o Corintinha, só o últímo subsistiu.
Bons tempos aqueles… dos desfiles com a professora Mariângela e o Sílvio( Sabão) liderando a fanfarra com o bumbo….e os bailinhos então, era só ter a vitrola e uma varanda ampla.
Ter vivido a inocência desta época no Tinga pós- catástrofe é o meu maior consolo.
TINGA EM VERSOS SATÍRICOS
Esses dias atrás, eu e o Pita do Tinga fizemos uma poesia mutiranista no Grupo do Facebook Poesia e Arte Mutiranista ironizando 2 personagens antigos do Tinga. A História é baseada em fatos reais. Vamos a ela. ( alias você pode fazer parte desse grupo de poesia coletiva acessando o link aqui).
Gerardo e a Irenica do Mocó da Tia
(Baseado em Fato reais )