Tecendo Memórias de mar e amor

Texto e fotos Maria Tereza Callefe*

“Deus disse: ‘Fiat lux et lux facta est.”

Deus disse: “Faça-se a luz e a luz se fez.”

Foi assim que tudo aconteceu quando uma mensageira da generosidade resolveu atravessar, por uma ponte imaginária,

espaços jamais sonhados por uma multidão sedenta de luz.

 

Eram muitos.

Todos à míngua de um braço acolhedor para o seu caminhar.

Todos à míngua de mãos estendidas para se reerguerem dos tropeços.

Todos à míngua do olhar compassivo para seus equívocos.

Todos à míngua de um ouvir atento, sem questionamentos.

Todos à míngua de uma palavra certa para o momento certo.

Todos à míngua do amparo quando tudo parecia desmoronar.

Todos à míngua do caminhar lado a lado quando os dias eram de sol escaldante.

Todos à míngua de um pulsar ritmado do coração para que a sinfonia da vida se ouvisse quando os sons estivessem aprisionados na desarmonia da alma.

Nesses momentos, caía um suave silêncio, aquele de que a alma necessitava para se reconhecer impotente e mendiga de esperança.

Quem pudesse perceber a doçura da prece silenciosa do anjo, que se fizera luz, também seria capaz de se integrar na corrente que se havia formado a partir do sentimento de que todos estão irmanados, para sempre, na bendita constelação do amor.

Estamos aqui a tentar falar da alma da nossa querida Valquíria, a Val, a Kiria, a mãe atenta, a filha prestimosa, a esposa apaixonada.

“Veio vindo com quem chega do nada” e foi dando um norte à vida de cada um de nós.

Como disse para Solange, vou declarar para todos que usufruímos- e não são poucos- da generosidade de Valquíria, que a nossa dívida de gratidão jamais poderá ser saldada.

Do fundo de nossa alma – minha, de João Luís, de Juliana e de Fábio, “meus oios de gato” e de tantos outros membros da família, de amigos, enfim – todos só poderemos estar em paz, relativa que seja, quando formos capazes de nos iluminarmos com o exemplo da Menina que veio até nós escorregando num raio de luz.

Só para lembrar, disse nosso Mestre: Vós sois luz. Brilhe a vossa luz.

Que Valquíria receba do nosso coração o desejo sincero de que todos nós possamos, em cada manhã, pedir ao nosso Pai Maior muitas bênçãos de enlevo, de alegria, de saúde e de uma janela aberta para a Esperança que há de alimentar toda a sua existência.

E para que esta falação não adquira o tom de muita seriedade,

Assino:

Velha pernóstica, que se não andar direitinho,vai se esborrachar nos “degrais’.