Caraguatatuba perdeu hoje mais um ex-craque do XV , o Lili, idolo da década de 1970
Texto Pitágoras Bom Pastor
Colaboração de Arnaldo Passos e Wilson Rangel (arquivo fotográfico)
Caraguatatuba perdeu nesse fim dois grandes cidadão que marcaram sua história recente, em mais de um Campo. Ambos foram funcionários publicos honrados e competentes, ambos foram cidadãos honrados e ambos foram craques de bola que chegaram até a jogar juntos no XV de novembro. Ontem morreu Ascendino do Santos, aos 87 anos, goleirão do 7 de setembro de São Sebastião e do XV e Lili médio volante do XV nas décadas de 70 80. Ascendino faleceu dia 15 e Lili nesse dia 16.
Ambos foram muito homenageados nas redes sociais e na mídia. Lili , na verdade Luiz Olimpio de Oliveira Filho, era funcionário da Câmara Municipal, muito querido e respeitado pela sua competência. Ele entrou na Câmara em 1993, na gestão do Presidente Wilson Rangel, seu colega de time no XV e logo mostrou a que veio.
Já no início do seu trabalho , o cérebro da Câmara, desde a década de 80 até a sua recente aposentadoria, José Mario da Silva confidenciou-me que Lili era muito inteligente e por isso, mesmo não tendo formação superior na época, foi destacado para trabalhar junto com a equipe dos melhores consultores da Casa, equipe aliás, liderada por José Mário e que tinha ainda os ótimos advogado, Flávio Nishiyama pai e Sergio “Batata” Custódio ( aliás outro craque da história do XV dos tempos do Wilson e Lili). A Câmara tinha uma equipe de excelentes funcionários , que eram de carreira, e Lili, então um novato, se destacava nesse time. Talvez tenha herdado de seu pai , Olímpio José de Oliveira, a competência e a inteligência para o serviço público. Seu Olímpio foi carcereiro da Polícia Civil, nas décadas de 50 a 60 e deixou seu nome marcado na história da polícia e da cidade por sua competência e honestidade.
O Craque
Mas o que a cidade não lembrou sobre a história de Lili, foi a sua marcante passagem pelo futebol do Clube XV de Novembro, na época amador, mas que era talvez o melhor time do litoral norte. Era a seleção de Caraguatatuba. Lili era médio volante, camisa 5, muito técnico e inteligente. Arnaldo Passos, hoje artista plástico, e Wilson Rangel, que jogaram com ele, ( Arnaldo jogou num time que Wilson montou paralelo ao XV, o invencível ” Bico do Corvo FC” – um time de amistosos) , concordam que além de seu alto nível técnico, Lili era um líder no campo. Passava o jogo inteiro gritando e comandando a equipe. Arnaldo disse que Lili liderava o time dentro de campo igual ao Chiquito, sobrinho de Lili, considerado um dos maiores craques de Caraguatatuba de todos os tempos. “Chiquito era o nosso Maradona – diz Arnaldo e talvez tenha sido seu tio, o Lili, o seu espelho,. embora jogassem em posições diferentes – pois ele tinha a mesma liderança do tio.”
Chiquito, Francisco Torralbo Giminez Filho, chegou a jogar nos juniores do Guarani, onde foi companheiro do craque Careca, que depois tornou-se o parceiro predileto de Maradona no Napólis. Chiquitito no entanto acabou perdendo o rumo e voltou para Caraguatattuba.
Triste fim de semana para o futebol de Caraguatatuba . Saem da vida vida para entrar no panteão de glória do esporte e da cidadania os 2 craques na bola e na cidadania, Ascendino e Lili. Mas o timaço do XV no céu fica feliz, afinal, além de bons de bola, os 2 amigos que se vão , eram mestres na arte da gentileza.