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Estreia hoje na Cancioneiro mais um excelente cronista de São Sebastião

Amigos queridos da Cancioneiro Caiçara,
A partir de hoje, todas as terças feiras, um novo colaborador irá publicar suas crônicas: É o paulistano Sérgio Pereira de Souza que trocou o asfalto da capital pelas areias da praia de Barequeçaba !
Outro caiçara de coração…    Abraços da Poreira     Priscila Siqueira  e vamos à crônica.

O Coqueiro

Crônica de Sérgio Pereira de Souza

Foto José Maria do Prado

Você veio para a varanda, puxou uma cadeira e sentou-se. Ficou olhando para mim, com um
aparência de tristeza e mágoa.

Firmou o olhar em mim e pensou: ”Quantos anos terá? Qual a sua altura? Talvez mais de
cinquenta anos e cinquenta metros de altura”.

– “ Você tem razão. Sou o coqueiro mais antigo e mais alto de Barequeçaba. Ninguém sobe
mais para me podar as folhas ou aparar os insignificantes cocos que produzo, com medo de
despencar lá de cima. Não se preocupe, ficarei aqui em frente de sua casa olhando tudo como
sentinela, até quando soprar o vento sul que sempre destelha as casas e me derrubará, mas
cairei no meio da rua, sem lhe causar dano.

Não estou gostando do se jeito aí sentado. Está pensando: “Esse mês completarei 84 anos,
sempre tocando meus objetivos. Quase todos foram alcançados, menos, talvez os mais
importantes: a generosidade, a cortesia e a prontidão de servir. Não foi por falta de
oportunidade, mas por falta de vontade. E agora? Daqui para frente ainda terei oportunidade
para mudar?”

Por isso você está triste e pensativo. Faça agora como eu, deixe o vento soprar e procure
escutar as suas mensagens, sempre nos ensinam, até o fim que nos derrubar”.
O vento sopra onde quer…

Coqueiros saúdam o sol . .Foto: José Maria do Prado

 

 

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Priscila Siqueira

Paranaense, nascida em 1939, Priscila Siqueira formou-se em jornalismo na antiga Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil, na cidade do Rio de Janeiro. Agora aposentada, trabalhou por muitos anos na Grande Imprensa nacional :Agência Folha de São Paulo, Agência Estado (jornais O Estado de S.Paulo, o extinto Jornal da Tarde e Rádio El Dourado) e no jornal Valeparaibano. Como jornalista teve a oportunidade de presenciar a expulsão dos caiçaras - o caboclo do litoral - de suas praias pela especulação imobiliária, decorrente a abertura da Rodovia BR 101, no seu trecho de Santos - Rio de Janeiro. Dessa experiência, surge seu primeiro livro “Genocídio dos Caiçaras“, em 1984. Jornalista especializada na questão ambiental, cobriu a Constituinte do Meio Ambiente de 88. Como ativista ambiental, foi uma das fundadoras da SOS Mata Atlântica, Movimento de Preservação de São Sebastião- MOPRESS e presidente da Sociedade de Defesa do Litoral Brasileiro. Em 1996, participou do Congresso Mundial contra a Exploração Sexual Comercial de Crianças e Adolescentes, na cidade de Estocolmo realizado pela rainha Sílvia da Suécia e a UNICEF- Nações Unidas para a Infância. Foi professora na antiga Escola Normal de São Sebastião, além de dar aulas no Centro Universitário Salesiano de São Paulo- UNISAL, e na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo- FESPSP, em cursos de pós graduação lato sensu, sobre a Violência à Mulher, Prostituição Feminina e Tráfico de Mulheres e de Meninas.

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3 Comentários

  1. De fato o vento sopra aonde quer ,até nos Evangelhos é dito isso.Assim também nossas atitudes também podem mudar como a direção dos ventos ,se for para o melhor.Sempre há tempo basta ter a vontade de mudar.O que Sérgio Pereira diz que não teve .Mas vale a pena tentar.

  2. Que bom tê-lo aqui Dr Sérgio!
    Os ventos de mudança sempre serão bem vindos!!! Abraços!

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