Crônica de Sérgio Pereira de Souza*
Ilustração: Freepik
A malvada gripe chegou. três dias de febre , de desconforto, dormindo mal
acordando cansado, sem vontade de levantar. Tossindo como uma sinfonia de
sons grotescos e de mal gosto. Assim transcorreram tres dias : todos com
medo de contágio. Em momentos como este perecebemos como é triste a
separação, ausência de carinho e a solidão no meio de todos.
Após três dias a febre se foi. Pensei ate que em fim vou me libertar desta situação.
Que saudade de respirar livremente, de não precisar esconder-me atrás da máscara.
Ledo engano. A malvada tosse se apaixonou por mim. Faz quinze dias que não
me larga. Já a mandei ir embora dizendo claramente que a detesto, que não
a quero. Reclamei ao delegado e ele me disse para enfrentá-la com xarope
“flumicil”, uma arma que nunca falha. Não deu certo. A situação está cada
vez pior. Ela não me dá sossego nem à noite, parece um devassa procurando
diversão. Não sou violento, mas, se pudesse dava um tiro nessa mal amada
para desgruda-la de mim. Escrevo estas mal traçadas linhas na esperança
de que alguém faça algo para me libertar,
*Sergio Pereira de Souza, de advogado aposentado, é morador de Baraqueçaba, São Sebastião e cronista da Cancioneiro Caiçara