Os Diários do Ozores

Marcus Ozores relembra o triste episódio da Bomba de Hiroshima

Hoje estreia como colaborador da nossa Revista “Radio Cancioneiro Caiçara”, o Jornalista é sociólogo Marcus Vinicius Pazini Ozores, que trabalhou na grande imprensa brasileira e se aposentou na Unicamp. Atualmente ele reside em Baraqueçaba, São Sebastião.

 

 

Crônica de  Marcus Ozores

Olá, hoje é sexta feira, dia 6 de agosto do ano da peste de 2021. Hoje foi o antepenúltimo dia das Olimpíadas no Japão e foi mais um dia de festa para aqueles que ganharam suas medalhas. Mas foi também num dia 6 de agosto de 1945 – há exatos 76 anos – que a cidade de Hiroshima, no Japão foi devastada quando a bomba atômica apelidada de “Little Boy” foi lançada avião bombardeiro norte americano B-29 que tinha pintado na sua fuselagem o nome Enola Gay. Cerca de 70.000 pessoas morrem instantaneamente, e algumas dezenas de milhares morrem nos anos subsequentes devido a queimaduras e envenenamento por radiação. Três dias depois, no dia 9 de agosto de 1945, a cidade de Nagasaki foi devastada pela segunda bomba atômica, apelidada pelos pilotos do bombardeio B-29 de nome Bockscar, dos Estados Unidos, que os donos da guerra apelidaram de ‘Fat Man’ e após o lançamento dessa bomba foi assinada a trégua na guerra do Pacífico.

A partir dessas duas datas hoje quase esquecidas na memória das novas gerações o mundo nunca mais foi o mesmo e ainda existem milhares de bombas atômicas armadas em paióis secretos espalhados pelo mundo que parecem olhos do diabo preso que pode se desprender das correntes a qualquer instante.
Nessa data de memória triste, pois, sabemos hoje da capacidade dos homens destruírem esse mundo que vivemos num apertar de dedo que continuamos aqui na praia ancestral dos Tupinambás lançando nosso apelo pelo paz com “Só a poesia nos Salvará”.
Por isso vou ler apenas um poema do poetinha Vinicius de Moraes que escreveu o poema intitulado “A rosa de Hiroshima” escrito em 1954. Em 1973 a letra de Vinicius de Moraes foi musicada e a canção que leva o mesmo titulo foi eternizada pela voz de Ney Mato Grosso.
Sugiro também que assistam ao filme “Hiroshima, Meu Amor” filme de produção franco-japonês de 1959, dirigido pelo cineasta Alain Resnais, com roteiro de Marguerite Duras que roteirizou seu aclamado romance.

A ROSA DE HIROXIMA

Rio de Janeiro , 1954

Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas oh não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroxima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A antirrosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa sem nada

Poema de Vinicius de Morais

 

Quem quiser assistir  o vídeo com a recitação de Marcus Ozores, acesse o link https://www.youtube.com/watch?v=4ABq6-1MMEo

Marcus Ozores

Marcus Vinicius Pasini Ozores é fotógrafo, jornalista, apresentador de TV , mestre em Ciências Sociais e Pesquisador Associado na UNICAMP

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2 Comentários

  1. Triste! Tão triste e significativo que em vários lugares do planeta é dia do funcionário público da educação, do esquizofrênico, do cara da quitanda…
    Não deveríamos comemorar a vitória do Boxer que chuta o saco do oponente para vencer a luta. Então é melhor mudar de assunto?!…
    Tio San, o pedófilo, o genocída, aquele tio bonzinho que te paga um doce pra amargar o resto da tua vida. E tem crianças (?) Na fila?

  2. Assisti alguns documentários sobre a bomba Atômica em Hiroshina, e eu chorei…ainda muito jovem senti o peso e a devastação da guerra. E ainda sofro com as guerras que destroem vidas, matam, mutilam…e a fome que dói como o câncer que corroi a carne e mata…O segredo para uma vida plena é a Paz entre os povos…mas ganância e o Poder impedem os poderosos, que vejam a beleza da vida e o amor entre os seres humanos…

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