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O dia que o morto falou ( por Priscila Siqueira)

O causo da Mestra Proeira

Crônica de Priscila Siqueira

Priscila Siqueira, ex-Agência Estado, é mestra proeira da Cancioneiro

 

 

 

Esse “causo” me foi contado por uma idosa senhora de Curitiba:

Antigamente, no interiorzão do Paraná, quando morria uma pessoa importante, um
“coronel”- dono de fazenda ou uma pessoa querida na comunidade, usava-se fazer um
velório com muita comida e principalmente muita pinga, para receber os amigos do morto.
De certa forma, um velório significava uma festa onde seriam encontrados muitos amigos
e compadres que moravam distante e pouco se viam.
Num destes velórios concorridos, que durava a noite inteira, muitos já estavam dormindo

pelos cantos da sala, curtindo a bebedeira. Mas eis que – também resultado da pinga-
começou uma briga entre alguns dos compadres presentes no velório. Empurrão vai,

empurrão vem, e o caixão do defunto acaba no chão. Assustados os beligerantes pegaram o
corpo e o recolocaram no ataúde.
Na manhã seguinte, com alguns já meio acordados, o féretro estava pronto para sair ao
cemitério. Quando vão fechar o caixão, depois de muita choradeira das mulheres, o
“morto” de olhos esbugalhados grita: ”Estou vivo, estou vivo”…
Foi uma bagunça geral! |A viúva desmaiou, o pessoal saiu correndo com medo do
fantasma quando, finalmente perceberam que o verdadeiro defunto estava caído no chão
no meio de outros pinguços. Na hora da briga, haviam trocado o corpo do falecido por
outro que dormia placidamente curtindo sua bebedeira.

Leia também de Priscila Siqueira

https://editora.cancioneirocaicara.com.br/dona-aparecida-a-cida-do-dito-ou-dita-do-lino/

 

A Hidrel apoia a Cancioneiro Caiçara

Priscila Siqueira

Nasceu 08/07/39, em Ponta Grossa, PR. É jornalista formada na Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil- RJ/RJ. Destacou-se na Grande Imprensa, especialmente: nas Agências: Folha de São Paulo, e Estado ( Estadão, Jornal da Tarde e Rádio El Dourado) e no jornal Valeparaibano. Como jornalista denunciou a expulsão dos caiçaras de suas praias pela especulação imobiliária, a partir da abertura da Rodovia BR 101, a Rio -Santos. Dessa experiência, nasceu seu 1° livro “Genocídio dos Caiçaras“, de 1984. Especializou-se na questão ambiental, cobrindo a Constituinte de 88, nessa área . Ativista ambiental, foi fundadora da SOS Mata Atlântica, do Movimento de Preservação de São Sebastião- MOPRESS e presidiu a Sociedade de Defesa do Litoral Brasileiro. Participou do Congresso Mundial contra a Exploração Sexual Comercial de Crianças e Adolescentes, em Estocolmo, em 1996, promovido pela rainha Sílvia da Suécia e pela UNICEF,. Professora, atuou na antiga Escola Normal de São Sebastião ; No Centro Universitário Salesiano de São Paulo- UNISAL, e na Fundação Escola de Sociologia e Política SP, na pós graduação lato sensu, sobre a Violência à Mulher, Prostituição e Tráfico de Mulheres e de Meninas.

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