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A fome no Brasil e os atos terroristas em Brasília

 Campanha da  Fraternidade de 2023 tem a fome como tema 

 Por Priscila Siqueira

Prisicila Siqueira é jornalista e escritora
Priscila Siqueira Mestra Proeira da Cancioneiro -Foto APMC

      Milhões passam fome no Brasil

       A Igreja Católica do Brasil colocou o dedo na pior ferida de nosso País : a fome de  milhões de pessoas que vivem num dos países mais ricos do mundo. A campanha da Fraternidade deste ano de 2023 com o lema ”Fraternidade e Fome”-”Dai-lhes vós mesmos de comer”, Mateus,14/16 – se propõe a discutir com a sociedade as causas e soluções para o perverso drama da fome.

A Campanha da Fraternidade que tem seu ponto forte durante os 40 dias da Quaresma, teve início no início dos anos sessenta, com dois párocos do Rio Grande do Norte. Eles estavam impressionados como sofrimento do povo pobre de suas paróquias e quiseram, então, discutir os problemas que as comunidades apresentavam, tentando achar uma solução para eles.

Cartaz da Campanha da Fratrnidade 2023

Em 64, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil- CNBB, decide transformar essa experiência local em uma iniciativa que atingisse todo o País.

“O agro negócio se gaba de “alimentar o mundo mas não alimenta o Brasil”

Atualmente a fome no Brasil atinge patamares inadmissíveis para um país rico como o nosso. Com a safra de milho do ano passado, passamos a ser o segundo país maior produtor de grãos no mundo. Temos mais cabeças de gado que gente em nosso território. Como então, por que não ter feijão na mesa do trabalhador? Ou por que a carne estar tão cara, impossível de ser consumida pelos mais empobrecidos? Muitos brasileiros, estão comprando ossos para comer com água e talvez uma farinha. Outros estão recolhendo restos de comida nos lixões, que são disputados por mulheres, velhos e crianças.

O agronegócio se gaba de “alimentar o mundo”. Por que o agronegócio não alimenta o Brasil?!…A soja produzida aqui, só serve para matar a fome dos porcos e outros animais nos países do Primeiro Mundo?

 Transição de Governo diz  haver 33 milhões de pessoas passando fome no Brasil

Conforme o relatório do Grupo de Transição de Governo , em nosso País há 33 milhões de pessoas que passam fome todos os dias. E também existem 160 milhões de outras pessoas com diferentes graus de desnutrição, constituindo um cenário nacional de Insegurança Alimentar. Metade de nossa população!

Tal situação é inadmissível e tem de mudar. É de conhecimento geral que para uma criança se desenvolver física e intelectualmente , ela precisa ter uma alimentação adequada, principalmente nos seus primeiros anos de vida.

Atos terroristas de domingo passado, a democracia e a fome

Os atos terroristas que vivenciamos no domingo passado em Brasília, parecem que nada tem a ver com a campanha contra a fome. Não é verdade: tem tudo a ver. São bandos de “pessoas de bem” que destruíram um valioso patrimônio brasileiro. Mas não conseguiram o que mais queriam: a volta de um governo que preteria as necessidades dos mais desafortunados para garantir os privilégios daqueles que nunca souberam o que é passar fome. Que aliás reclamaram das refeições a ele oferecidas enquanto estavam detidos…

Sim , amigos. Combater a fome no Brasil não é um ato somente ligado a um grupo religioso. É um desafio imperioso de todos nós, cidadãos brasileiros. E isso também significa lutar para que a Democracia e os Direitos Humanos em nosso País nunca mais sejam desrespeitados por governo algum!

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Priscila Siqueira

Nasceu 08/07/39, em Ponta Grossa, PR. É jornalista formada na Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil- RJ/RJ. Destacou-se na Grande Imprensa, especialmente: nas Agências: Folha de São Paulo, e Estado ( Estadão, Jornal da Tarde e Rádio El Dourado) e no jornal Valeparaibano. Como jornalista denunciou a expulsão dos caiçaras de suas praias pela especulação imobiliária, a partir da abertura da Rodovia BR 101, a Rio -Santos. Dessa experiência, nasceu seu 1° livro “Genocídio dos Caiçaras“, de 1984. Especializou-se na questão ambiental, cobrindo a Constituinte de 88, nessa área . Ativista ambiental, foi fundadora da SOS Mata Atlântica, do Movimento de Preservação de São Sebastião- MOPRESS e presidiu a Sociedade de Defesa do Litoral Brasileiro. Participou do Congresso Mundial contra a Exploração Sexual Comercial de Crianças e Adolescentes, em Estocolmo, em 1996, promovido pela rainha Sílvia da Suécia e pela UNICEF,. Professora, atuou na antiga Escola Normal de São Sebastião ; No Centro Universitário Salesiano de São Paulo- UNISAL, e na Fundação Escola de Sociologia e Política SP, na pós graduação lato sensu, sobre a Violência à Mulher, Prostituição e Tráfico de Mulheres e de Meninas.

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