Casamento de dono da Amazon vira Barraco em Veneza

Jeffinho Ostentação foi hostilizado na festa

Jeff Bezos e Lauren Sánchez já estavam legalmente casados nos Estados Unidos quando decidiram promover, em 27 de junho de 2025, em Veneza, Itália, uma encenação luxuosa — uma reprise caricata da cerimônia nupcial. Aos olhos das pessoas sensatas, inclusive aos meus, o que se viu ali não foi uma celebração de amor, como ocorre nos casamentos verdadeiros — lindos, verdadeiros, emocionantes e de baixo custo relativo. Foi um espetáculo midiático visando cliques e likes, além de um ato de irresponsabilidade ambiental com danos incalculáveis ao ecossistema local.

Durante três dias, a cidade flutuante foi invadida por festas temáticas, jantares privativos e passeios de gôndola reservados à pseudoelite global. Estima-se que o custo dessa ostentação tenha ultrapassado 50 milhões de euros, enquanto o impacto ambiental — jatos particulares despejando CO₂, consumo desenfreado, deslocamentos luxuosos e ocupação de patrimônio histórico sensível — deixou um rastro de danos irreversíveis e imensuráveis à ecologia.

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🚫 Veneza não está à venda

Grupos como Greenpeace, Extinction Rebellion e movimentos locais marcaram presença com faixas, barcos e palavras de ordem. “Não há espaço para Bezos”, “Taxem os ricos” e “O planeta não é passarela” foram algumas das mensagens espalhadas pela cidade. O incômodo foi tão grande que os organizadores se viram obrigados a transferir a festa da Praça São Marcos para o isolado Arsenale.

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🌱 Greenwashing de luxo

Bezos e Sánchez, subestimando a inteligência do povo, anunciaram uma doação de cerca de 3 milhões de euros para projetos ambientais na região. Um valor simbólico, ineficaz e, sobretudo, insuficiente.

Essa doação não representa absolutamente nada diante do prejuízo real causado. Trata-se do já conhecido greenwashing, a maquiagem verde que tenta disfarçar, com doações publicitárias, aquilo que é estruturalmente insustentável.

Nenhuma esmola compensa a contradição de celebrar o excesso no coração de uma cidade que afunda — literal e moralmente — sob as águas e as contradições do nosso tempo.

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🎭 Na celebração do ego, o afeto não existe

O casamento dos pombinhos ricos e esbanjadores não celebra o amor. Une dois egocêntricos num espetáculo privado deprimente da pseudoelite global, encenado em pleno patrimônio cultural da humanidade.

Fere o senso ético e estético que, regra geral, é comum nos casamentos populares, nos quais a simplicidade e o respeito conferem à cerimônia uma dignidade real. Celebrações modestas, mas cheias de beleza autêntica, de afeto sincero e de humanidade em estado puro.

Foi um luxo caricato, mais próximo da cenografia de novela ruim do que de uma celebração digna de afeto verdadeiro.
É a celebração do inútil, com a degradação do imprescindível

Ah, esqueci de dizer: o noivo é dono da Amazon, e a noiva é apresentadora de televisão.
Ele é bilionário, e isso prova que: dinheiro não compra felicidade, nem educa o ser humano para desenvolver um senso crítico capaz de compreender a ética e a estética — valores indispensáveis para se alcançar a verdadeira alegria de viver.

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Saiba mais em https://www.bbc.com/news/articles/cd0vjr07570o