texto : Pitagoras bom pastor
Valente como ninguém, o caiçara Ayres Bento Rangel, era no dizer de seu sobrinho, Sílvio Rangel de Oliveira um aventureiro. Filho de Sebastiana Felício de Oliveira e José Bento Rangel de Oliveira, nasceu na pacata Caraguatatuba, em 1903. Gostava de caça e pesca, mas tinha um espírito inquieto.
recém casado ele foi pra Bahia e lá teria servido á Força Pública. Depois retornou pra São Paulo . Neste período, por volta de 1930 chegou a servir em Ubatuba como membro da Força Publica Paulista .
COMANDANDO UM FUTURO PRESIDENYE
Capitão em 1932, comandou o heroico Batalhão 7 Setembro, responsável pela defesa da última trincheira da Revolução Constitucionalista de São Paulo, a Estação Engenheiro Neiva, em Guaratinguetá. Entre os seus comandados estava o jovem Rainieiri Mazilli, que cerca de 30 anos depois chegou a Presidente do Brasil por duas vezes no início dos anos 60. A 1ª quando Jânio Quadros, renunciou e depois quando os militares tomaram o poder. Nestas duas ocasiões , Mazzilli era Presidente da Câmara Federal ( veja na foto acima, o Batalhão 7 de Setembro com Ayres á frente e Mazzilli ajoelhado próximo a ele conforme marca na foto).
NEIVA A BATALHA FINAL
A Batalha pela estação Neiva foi uma das mais cruéis da Revolução. A tropa paulista estava totalmente sem munição e mesmo assim resistiu bravamente. A desproporcão de tropas e recursos era fragrante. Aos paulista só restava a tenacidade e coragem . Ayres morreu dia 24 de setembro, com um tiro de fuzil enquanto se encontrava num posto de observação com seu binóculo. Oito dias depois a guerra acabou.
A HISTÓRIA DA FAMÍLIA
Silvio Rangel de Oliveira que Ayres era o irmão mais velho por parte de pai e mãe de seu pai, Benedito Rangel de Oliveira e tinha mais 2 irmãos colaterais, Paulo Rangel e Plinio. Tinha também outro irmão por parte de mãe , Jõao do Ité, grande líder do Massaguaçu.
Já Wilson Rangel conta que Ayres tinha um filho, José João S. Rangel, que foi jogador do Guarani de Campinas e morreu a poucos anos em Caraguatatuba onde morava, com 84 anos.
HEROI
Para Sílvio , a morte do Major Ayres até hoje emociona a família, mas ele era um bravo e morreu fazendo o que gostava: lutar pela justiça. Por isso Major Ayres é respeitado como heroi paulista e até na cidade de São Paulo há uma rua com seu nome.
Ele era um bravo e morreu fazendo o que gostava: lutar pela justiça.