A Bicicleta, os Pneus e as Relações

Por Liv Soban

As pessoas vivem trocando de bicicleta. Compram cada vez as mais bonitas, mais tecnológicas. Querem as mais leves, mas que sejam resistentes, as que conseguem trocar de marcha mais rápido – do mais lento ao mais veloz -, que seja linda, mas não muito cheguei, para não chamar tanta atenção (há aqueles que já preferem as mais coloridas, afinal, quanto mais chamativo, melhor). Tem bicicleta que tem pedigree de carro, outras que são vintage. Tem bicicleta híbrida (funciona em várias situações) e aquelas ultra específicas – se sair de seu ambiente, simplesmente não anda. Os freios precisam funcionar nas mais desafiadoras situações, parar no momento certo. E os pedais, com as sapatilhas mirabolantes, fazem a bicicleta andar na performance em que desejam.
Pra mim, a bicicleta hoje representa o relacionamento. O relacionamento precisa ser leve e resistente, lindo (e às vezes, exigem discrição), saber a velocidade certa de cada momento e parar frente aos buracos no tempo certo para tentar desviar e seguir seu percurso. Tem relacionamento caro e barato. Tem híbrido e ultra-específico.
“As pessoas ainda não entenderam que elas são os pneus”
Só que o que as pessoas não percebem é que elas não são os ciclistas em cima da bicicleta (e sempre tem um que acha que está pedalando e levando o outro na garupa). Não, não. Não são elas que usam as mega sapatilhas. Quem as usa chama-se tempo. As pessoas ainda não entenderam que elas são os pneus. Sim, os pneus.
E, meu amigo, se você não encher o pneu da sua bicicleta – principalmente quando você deixa a sua bicicleta parada por alguns dias no canto – e não der a devida atenção, eles irão se desgastar, furar e deixar a bicicleta na mão.
Você já andou de bicicleta com o pneu cheio e direitinho? A bicicleta não anda, ela voa!! Que delícia que é pedalar, freiar, parar. O pneu está lá, acompanhando a bicicleta como parceiro que deve ser. Agora, pedalar com pneu murcho é exaustivo, tudo funciona torto. Quando está muito murcho, então, a bicicleta nem sai do lugar ou anda um pouquinho e já percebe que o pneu, além de murcho, está furado.
E o que as pessoas fazem? Elas trocam de bicicleta! E assim vão por uma vida. Até entender que enquanto não cuidarem e darem manutenção ao pneu, não há bicicleta ainda não inventada que durará. Não há tecnologia que solucione esta equação. Não, não.
Por isto, eu clamo, neste mundo com muita informação, novidade, disponibilidade, oferta, procura e ilusão, encha os pneus de suas bicicletas. No trabalho, na escola, na família, em casa e, principalmente, no amor. E, acredite, com eles bem cuidados, qualquer Barra Forte virará uma Speedy digna de competição.
Este site tem o apoio cultural da HIDREL, uma empresa genuinamente Caiçara. Gentil no atendimento, honesta nos negócios, solidária e amiga.
A Autora

- A Crônica do dia
- A OPINIÃO DA CANCIONEIRO CAIÇARA
- Aprendiz de Mãe
- Automoveis e esportes
- Cantinho da Priscila Siqueira
- Cidadania em Podcast
- Coluna da Raquel Salgado
- Cultura Digital
- CULTURA E LAZER
- Destaques do Banner
- Dicas de bem Viver
- Educação e cultura
- Esportes e Aventura
- Eventos
- História e Cultura do Litoral Norte
- homofobia
- Humor
- Joban Antunes
- Memórias e saudades
- misoginia
- Música cubana
- Notícias
- Noticias do Caribe
- Os Diários do Ozores
- Pod Versos Poemas de Caiçaras
- Politica e Meio Ambiente
- Racismo
- Tecnologia