O falso Santo

Diário de Pindorama
Texto e vídeo de Marcus Ozores

Dia 15 de fevereiro de 2022, e vivemos o terceiro ano da Peste. E continuo presente com “Só a poesia nos Salvará” diretamente da minha República Livre Anarquista dos Tupinambás de Barequeçaba.
Confesso aos meus amigos e amigas do mundo virtual que o ditado popular “é melhor ouvir besteira do que ser surdo” é, para mim pessoalmente, o ditado em excelência para esses tempos do governo do capitão. E o besteirol é tanto, mas tanto, que agora o capitão está fazendo milagre sem sequer ver o santo. E como no Brasil falar e escrever besteira não paga imposto, hoje bem cedinho o ex-ministro do Meio Ambiente o Ricardo Salles (lembram aquele que tem parentesco com Nero e sofre, assim como o ex-imperador, de tendencias piromaníacas) publicou nas suas redes sociais que a visita do presidente Jair Bolsonaro (PL) à Rússia ‘evitou a Terceira Guerra Mundial’ e sugeriu que o capitão seja agraciado com o prêmio Nobel da Paz.
Limpem os ouvidos foi isso mesmo que você escutou. O capitão agora é candidato a santo, pois, segundo o Sales, ele está fazendo milagre antes de ver o santo, isto é, quando Sales escreveu o avião do capitão não havia ainda pousado em Moscou.
E como a Mentira se tornou moeda mais importante da cultura política das Terras de Pindorama trago para vocês dois fragmentos do poema Implosão da Mentira, de autoria do poeta mineiro Affonso Romano de Sant’Anna
A IMPLOSÃO DA MENTIRA
Fragmento 1
Mentiram-me. Mentiram-me ontem
e hoje mentem novamente. Mentem
de corpo e alma, completamente.
E mentem de maneira tão pungente
que acho que mentem sinceramente.
Mentem, sobretudo, impune/mente.
Não mentem tristes. Alegremente
mentem. Mentem tão nacional/mente
que acham que mentindo história afora
vão enganar a morte eterna/mente.
Mentem. Mentem e calam. Mas suas frases
falam. E desfilam de tal modo nuas
que mesmo um cego pode ver
a verdade em trapos pelas ruas.
Sei que a verdade é difícil
e para alguns é cara e escura.
Mas não se chega à verdade
pela mentira, nem à democracia
pela ditadura.
Fragmento 5
Página branca onde escrevo. Único espaço
de verdade que me resta. Onde transcrevo
o arroubo, a esperança, e onde tarde
ou cedo deposito meu espanto e medo.
Para tanta mentira só mesmo um poema
explosivo-conotativo
onde o advérbio e o adjetivo não mentem
ao substantivo
e a rima rebenta a frase
numa explosão da verdade.
E a mentira repulsiva
se não explode pra fora
pra dentro
implosiva.
Affonso Romano de Sant’Anna

I don’t think the title of your article matches the content lol. Just kidding, mainly because I had some doubts after reading the article.
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