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Diarios do Ozores: Paris, fast foods e os Discos voadores

DIÁRIO DE PARIS 13 DE FEVEREIRO DE 2023

Por Marcus Vinicius Ozores

Marcus Vinicius Ozores é jornalista, Mestre em Sociologia e pesquisador da Unicamp

Acordei bem cedo hoje e Paris nos presenteia com um sol maravilhoso, céu de brigadeiro e temperatura de 4 graus positivo. Como faço rotineiramente todas as manhãs ligo o ebulidor e em menos de dois minutos a água está fervendo e faço café com grãos colombianos, na prensa francesa. Sento frente ao laptop e começo a ler os jornais diários, isto é, aqueles que podemos ler mas com limitação de acesso diários. Afinal, o que era possível fazer a exatos 3 anos atrás quando estive aqui a última, é proibitivo para nossos bolsos em reais. O Le Monde, na banca custa 3,50 euros, sabem o que dá isso? Basta multiplicar por 6 e lá está o valor no nosso desvalorizado realzinho R$ 21,00 pila, é mole, como diria Macacão Simão, é mole mas também sobe. Por isso vamos navegar na internet em busca de informações.

Janela para Paris – Foto Marcus Ozores
Objetos Voadores não Identificados  sobrevoam os EUA, Canadá e…

E hoje ao abrir o site do New York Times, sim você não leu errado, o New York Times trouxe como manchete principal “O que está acontecendo lá em cima?”. Uma longa matéria sobre os OVNIs, isto é, mesmo, Objetos Voadores não Identificados que sobrevoam os EUA, Canadá, Uruguai e China. Não é anúncio do lançamento de mais um livro de ficção científica não. É vero e é bem trovato. Força Aérea norte americana já derrubou três OVNIs e o Pentágono tem um departamento especializado sobre o tema. Provavelmente o ET de Varginha, que está preso nos subterrâneos do HC da Unicamp, há décadas, segundo o ex prefeito da cidade sul mineira, deve ter algum grau de responsabilidade com o aparecimento desses OVNIs pelo espaço sideral. Talvez essas novas naves tenham vindo abduzir o ETezinho dos porões do HC.

Em 1947 os frequentadores  de Copacabana se amontoaram  para ver a chegada dos ETs

Confesso que fiquei algum tempo pasmado ao acabar de ler a matéria já que ocupou seis colunas no alto do jornal. Daí recordei que há anos – quando apresentava um programa de divulgação científica no Canal Universitário da Unicamp chamado Palavras Cruzadas- entrevistei um jovem doutor – ex-aluno de graduação da Unicamp – chamado Rodolfo Gautier Cardoso dos Santos que havia acabado de publicar, pela editora Alameda, a sua tese intitulada “A invenção dos discos voadores”.

Foto Labeurb Uncamp

Em Paris não encontrei nenhum ET nas ruas ou Cafés. Foto Marcus OzoresMe lembro que Rodolfo trouxe para participar do programa um outro colega seu que estava finalizado seu doutorado e era expert em ET’s & Cia. Foi entrevista muito inteligente e divertida. Me recordo de Rodolfo falar sobre a extensa pesquisa bibliográfica para a escrita da tese e ele chegou afirmar que o surgimento dos testemunhos de visões de extraterrestres teve data e horário. Foi por volta dos anos 1946 e 47, do século passado, coincidindo com o início das disputadas entre os vencedores da Segunda Grande Guerra. À medida que avançava os desentendimentos entre Stalin, Churchil e Harry Truman – que havia assumido o comando dos EUA no ano anterior com a morte Franklin Delano Roosevelt – os testemunhos de pessoas que haviam visto ou presenciado a presença de alienígenas veio num crescente até que em 1947 os frequentadores da praia de Copacabana se amontoaram num noite de 1947 para ver a chegada dos extraterrestres.

‘Não havia Ets nos cafés deParis Hoje. Foto Marcus Vinicius Pasini Ozores

Nos dias atuais, na Terra de Pindorama há quem diga que as naves espaciais apareceram após os bolsomions apontarem a luz das seus smartphones para o Céu na busca da ajuda de algum anjo torto ou então de alienígenas do planeta Mongo para ajuda-los em algum tipo de golpe de Estado.

ao sair pelo quartier não encontrei nenhum ET tomando café

Aqui em Paris, berço do iluminismo, a segunda feira transcorreu normalíssima e ao sair pelo quartier não encontrei nenhum ET tomando café e nenhum transeunte aponto seu smartphone para os Céus na busca de ajuda de algum ser superior. Tudo muito normal.

Paris 13/02 – Foto Marcus Vinicius Pasini Ozores

Hoje tirei o dia para andar pelas ruas do 14éme e recordar pequenos cantos e cafés que gosto dessa região. E para informar a todos que me acompanham aqui que um creperia, aqui do arrondissement sobreviveu ao desastre da pandemia da covid19, nos últimos três anos É a creperia do Mohammed que fica na calçada da avenida General Leclerc, na calçada da direita para quem  sobe da porta de Orleans para o  centro de Paris.

Paris está infestada de fast food, no modelo norte americano

Conversei com Mohammed sobre a falta que faz as creperias de rua e ele me disse que como as pessoas não saiam e o crepe as pessoas comem na hora, grande parte das que existiam fecharam portas ou então passaram a vender delivery só que de hamburgers. Aliás, devo apontar que hoje Paris está infestada de fast food, no modelo norte americano. Também é o mata fome mais barato da moçada. Único concorrente à altura eram as creperias. Ainda não fui a rue de la Gaité, o que pretendo fazer brevemente. Lá era o ponto das creperias da Bretanha onde se faz a melhor galete sarassim servida com jarra de Cidra. Se você nunca experimentou perdeu muito da sua vida.

Voltei para casa após compras nas lojinhas de quinquilharias (semelhantes aos nossos 1 real) onde você encontra tudo que precisa e um pouco a mais voltei para casa com um maço de tulipas que dançam conforme a temperatura muda. Amanhã tem mais.

 

Marcus Ozores

Marcus Vinicius Pasini Ozores é fotógrafo, jornalista, apresentador de TV , mestre em Ciências Sociais e Pesquisador Associado na UNICAMP

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