Cuidado com o Papai Noel Talarico, diz Pita do Tinga

Nesses tempos natalinos em que o Menino Jesus foi substituído pelo Papai Noel Coca Cola, o chifre é a ameaça.
Estranho esses natais dos últimos tempos. Invés daquela nossa deliciosa tradição luso-brasileira dos presépios, vivemos agora rodeados por símbolos do Deus Mercado. A Família, a paz o amor cristão, a solidariedade, foram substituídas por um natal totalmente mercadológico. Aliás, mercadológico hoje em dia é tudo, começando com o nosso sagrado direito de voto. Políticos, tem até uma certa semelhança com o Papai Noel. Este só aparece no dia do natal; aqueles só nas vésperas de eleição. Papai Noel nos presenteia só no Natal, com o dinheiro do papai ou da mamãe de verdade. Os políticos gostam de nos dar presente no dia da eleição. Igualmente a Papai Noel, o dinheiro também dos presentes não é deles, geralmente é de empreiteiros, bancos, etc.. , interessados no Saco de Ouro do nosso orçamento. Moral da história, esses políticos de hoje dão presentes no dia da eleição com o nosso próprio dinheiro do imposto e os desvios orçamentários. Outra semelhança entre o Papai Noel e os “políticos” atuais, a maioria escolhido por ter tido campanhas caríssimas, é que ambos não gostam de pobre.

Papai Noel Talaricando
O Natal pois, tal como a política perdeu aquela graça que tinha antigamente. Mas a coisa está piorando. Com a mercantilização do Natal, a Sagrada Família representada nos nossos antigos presépios foi substituída pelo papai noel coca-cola. Muita gente hoje, aproveita a ocasião do natal para uma farrinha extra- conjugal. Tem marmanjo que sai pra tomar umas e acaba esquecendo a esposa. O perigo é que a mulherada anda com mania de vingança. Numa de suas fugas pela noite caiçara Pita do Tinga recebeu uma ligação a cobrar de um esperto que anda furando o zóio de muito marido metido a dom Juan. A história Pita conta aqui em mal traçados versos.
PAPAI NOEL TALARICO
Um poema natalino de Pita do Tinga

Noel mandou me um recado,
Numa ligacão a cobrar,
Diz que esta desempregado,
Com o seu carro quebrado,
Sem nada que possa dar.
Seu crédito cancelado,
Seu cartão foi pro vinagre,
Vivendo só de ajutório,
Tá liso que só um bagre.
De saco cheio coa vida,
De tanto atender pidão,
Sem dinheiro pra bebida,
Anda lambendo o balcão.
No Polo Norte em que mora
Faz um frio desgramento,
Se não pagar as cobertas
Vai dormir só no cimento.
A crise chegou por lá ,
Com desemprego e Inflação,
Por não ter de onde “tirá”
Atrasou até a pensão
Dos cem filhos que arrumou,
Em cada lugar que foi,
Pois se achava uma moleza
Marido virava boi.
No natal, o que mais vê,
É mulher abandonada,
Marido sai pra “bebê”,
Só volta de madrugada.
Noel por ali chegava,
O seu xaveco jogava,
É a coisa se ajeitava,
Na maioria deu certo,
Mas “argum” marido esperto,
“muié” abandonou.
Noel foi então acionado,
E hoje ele vive enrolado,
co’as Pensões que arrumou.
Esse ano ele não vem não,
Por estar desempregado,
Porém mandou me avisar
A macho desavisado:
Se for beber no natal,
Não deixe a mulher sozinha
Tem sempre um papai Noel
Na chaminé da cozinha.
Vem com saco bem servido,
De presente e de carinho,
Em casa de mau marido,
Ele não fica sozinho.
Faz barba, e até o bigode,
Deita e rola , faz a festa,
E Quando o marido “vorta”
Já vem cum chifre na testa
.

É a coisa é séria, de fato aquele Natal que vivemos a tempos atrás já não existe mais .Existe de fato o mercado o quanto vai se ganhar.Lamentave,a festa do perdão, da fraternidade e do amor ,virou comércio.Quanto ao põem,não deixa de ser engraçado, mas não ligo,até já me disseram que o chifre foi feito para o homem e o boi usa de atrevido. Algo a se pensar.Bom dia.