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Meninos eu vi

A luta pela preservação do arquipélago de Alcatrazes

Prisicila Siqueira é jornalista e escritora
Priscila Siqueira Mestra Proeira da Cancioneiro -Foto APMC

Meninos, eu vi!
Parodiando Gonçalves Dias no seu poema I-Juca Pirama  https://www.cervantesvirtual.com/obra-visor/ijucapirama–0/html/ffc606be-82b1-11df-acc7-002185ce6064_1.html, posso dizer: “Meninos eu vi!”

Desde a década de 80 como jornalista a ambientalista, testemunhei e registrei a
luta de pioneiros na defesa desse arquipélago que é o maior ninhal de todo o
Atlântico sul. Tanto que o arquipélago de Alcatrazes é chamado de “Gálapos
brasileira”. Foi a persistência, idealismo e luta de um grupo de cientistas e
ambientalistas que fizeram com que os exercícios que aí ocorriam desde a
década de 70, fossem suspensos.

Alcatrazes


Movimentos ambientalistas do estado de São Paulo se reuniram no Projeto
Alcatrazes coordenado pela Sociedade de Defesa do Litoral Brasileiro,
reivindicando que Alcatrazes fosse respeitado. O biólogo Fausto Pires de
Campos, do Instituto Florestal estava na coordenação do projeto. Com apoio de
diversos outros cientistas, foram realizadas expedições no arquipélago para
levantar sua biodiversidade e importância ecológica. Para custear tais
expedições muita gente se mobilizou: até mesmo vários artistas fizeram
apresentações, cuja arrecadação foi destinada a elas.

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13 de agosto d

Nesse arquipélago, foram detectadas 32 espécies endêmicas da fauna e flora.
Para se ter uma ideia do que isso significa, é só lembrar que toda a Alemanha
tem somente oito espécies endêmicas em todo seu território…
A ave Alcatraz também conhecida como Alma de Mestre ou Andorinha das
Tormentas, parece muito frágil: ela pesa meio quilo e tem 40 centímetros de
comprimento. Porém, todos os anos voa 30 mil quilômetros do Polo Sul até a
Península do Labrador, atingindo os hemisférios norte e sul.
Já nessa época o biólogo Fausto Pires de Campos afirmava que “ Alcatrazes se
constitui num CONTINUUM INSULAR que se estende de Fernando de
Noronha até a Sub Antártida. O arquipélago de Alcatrazes é o único local de
pouso dessas aves que aí constroem seus ninhos e cuidam dos filhotes”.
Foi a médica, bióloga e professora da Faculdade de Oceanografia do Rio
Grande-RS, dra. Judith Cortesão que demonstrou estar o Arquipélago de
Alcatrazes fazendo parte da Estação Ecológica Tupinambás, portanto teria de
ser preservado.

Além dos alcatrazes, o Arquipélago é também ninhal e pouso de gaivotas,
saracuras, atobás, trinta-réis, que se reproduzem no local. Outras ilhas de nosso
litoral como Queimada Grande, Queimadinha, Moel, Vitória e Cabras também
são considerados por cientistas e ambientalistas “santuários ecológicos” já que
as aves se reproduzem nesses locais.
Que bom que a luta pela vida e preservação do planeta continua! Todos nós
devemos participar da passeata que vai ocorrer segunda-feira que vem, dia 15,
na Rua da Praia, em São sebastião, em defesa ao Arquipélago. Já na década de
90, era demonstrado a inoperância de tais exercidos, realizados durante a
Segunda Guerra Mundial ( 1939 a 1945). De lá para cá, muita coisa mudou e
muitas outras guerras– infelizmente- aconteceram. A tecnologia de guerra é
muito mais avançada e perversa. Atualmente pode-se matar, em nome da
defesa nacional, com drones.

Na ocasião era estimado que cada míssil atirado em Sapata custava mil dólares.
E essa munição era fabricada por uma fábrica de mísseis do Exército
Brasileiro, localizada no Vale do Paraíba. Quanto esses mísseis custam agora?!

 

 

 

 

Leia de Priscila Siqueira Genocidio dos Caiçaras

Priscila Siqueira

Paranaense, nascida em 1939, Priscila Siqueira formou-se em jornalismo na antiga Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil, na cidade do Rio de Janeiro. Agora aposentada, trabalhou por muitos anos na Grande Imprensa nacional :Agência Folha de São Paulo, Agência Estado (jornais O Estado de S.Paulo, o extinto Jornal da Tarde e Rádio El Dourado) e no jornal Valeparaibano. Como jornalista teve a oportunidade de presenciar a expulsão dos caiçaras - o caboclo do litoral - de suas praias pela especulação imobiliária, decorrente a abertura da Rodovia BR 101, no seu trecho de Santos - Rio de Janeiro. Dessa experiência, surge seu primeiro livro “Genocídio dos Caiçaras“, em 1984. Jornalista especializada na questão ambiental, cobriu a Constituinte do Meio Ambiente de 88. Como ativista ambiental, foi uma das fundadoras da SOS Mata Atlântica, Movimento de Preservação de São Sebastião- MOPRESS e presidente da Sociedade de Defesa do Litoral Brasileiro. Em 1996, participou do Congresso Mundial contra a Exploração Sexual Comercial de Crianças e Adolescentes, na cidade de Estocolmo realizado pela rainha Sílvia da Suécia e a UNICEF- Nações Unidas para a Infância. Foi professora na antiga Escola Normal de São Sebastião, além de dar aulas no Centro Universitário Salesiano de São Paulo- UNISAL, e na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo- FESPSP, em cursos de pós graduação lato sensu, sobre a Violência à Mulher, Prostituição Feminina e Tráfico de Mulheres e de Meninas.

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5 Comentários

  1. Alcaterazes não é nosso Patrício e das afasta e flora que está erradicadas l6, que são usadas pelos pássaros que emigram de outros países. É patrimônio do mundo. Não é só da responsabilidade dos cientistas em preservar esta nossa riqueza é também responsabilidade de toda sociedade brasileira.

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