Chegamos a mais uma quinta feira desimportante. Quinta-feira, dia 27 de maio do ano também desimportante de 2021. E a marcha dos acontecimentos continua como diz o apresentador do jornal das 22 da Globo News. A marcha dos acontecimentos continua na lona armada no Planalto Central. E o mais divertido é que um dos senadores que defendem o governo do capitão só aparece para falar na parte da tarde e o discurso é o mesmo todos os dias. Ele cita vários cientistas que defenderam o uso da cloroquina para tudo, menos para covid. E entre esses cientistas ele cita dois prêmios Nobel e também diz que há um estudo publicado numa revista cientifica internacional, publicado no ano passado, numa revista médica com avaliação baixa entre seus pares, e cujo autor já se retratou dizendo que voltou atrás nas suas ponderações.
Esse é o país onde as frases dos para choques dos caminhões são levadas a sério pelos dirigentes:
Tem frase que é sobre o destino como: “Tudo que é bom na vida ou faz mal, ou é pecado”,
“Cana na fazenda dá pinga. Pinga na cidade dá cana”, Ou então tem aquelas de cunho religioso:
“Jesus é a resposta… mas qual foi mesmo a pergunta?”
“Deus é joia, o resto é bijuteria”.
E tem ainda aquelas frases onde o sujeito se acha filósofo: “Se tempo fosse dinheiro, então o meu relógio seria milionário!”
E por fim aquela frase que diz tudo do Brasil atual: “Quanto menos os homens pensam, mais eles falam.”
E hoje a nossa nau da língua portuguesa visita os versos de uma poeta de Caraguatatuba, cidade vizinha à São Sebá. E essa senhora de quase oitenta anos virou poeta há pouco mais de quatro anos. Apresento para vocês Vera Nardi, professora de biologia aposentada, da rede pública após quase 40 anos de dedicação, e que virou poeta num desafio que aceitou do grupo Fieira de Timbopeva, que faz poesia coletiva a partir de um mote. Vocês poderão perceber nos dois poemas que vou ler de Vera Nardi versos simples, diretos e que podem ser ouvidas como crônicas, como destaca Pitágoras Bom Pastor, fundador do Fieira de Timbopeva e que faz o prefácio do livro “Vivendo nos meus versos”.
O primeiro poema que vou ler tem como título
As máscaras que eu vi