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Nos Presépios Jesus está de braços abertos para o amor

E por aqui substituímos as imagens da natividade por uma árvore nevada, no calor de dezembro

Por Ana Maria Fernandes

Ana Maria Fernandes é técnica de enfermagem e ativista cultural em Ubatuba

Estamos em tempos que as festividades natalinas estão por todas as cidades. Os enfeites vão desde o comércio, às praças e às residências particulares.
São árvores coloridas, estrelas guias e este ano de 2021 , há até um presépio gigante.

Aqui em Ubatuba, não temos à tradição dos presépios nas residências. Não como nas cidades do Vale do Paraíba ou do Sul de Minas Gerais.
Segundo um  amigo me disse, na década de sessenta  os presépios que apareceram por aqui, foram por conta de turistas que os faziam em suas casas quando passavam a temporada de férias na cidade.

Presépio foi criação de São Francisco

Mas como começou essa tradição de recriar o local onde nasceu o Menino Jesus?
O primeiro presépio foi criado por São Francisco de Assis no ano de 1223, na cidade de Greccio, na Itália.
O Santo querendo saber como teria sido local do nascimento de Jesus, fez as imagens em argila e as colocou em um estábulo,  assim como narrava o Evangelho. Ele fez Maria, José, o anjo e também fez questão dos animais : O boi e o burrinho, pois  ambos tinham seu simbolismo no presépio representando p  amor, a mansidão e a  humildade.

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Existe uma  lenda que diz que como não havia criança para ser colocada na manjedoura, esta se achava vazia, mas quando todas as pessoas que se achavam ali, olharam, (estavam  todos em profunda oração),viram um recém nascido deitado na manjedoura. Viram e acreditaram que era o próprio Menino Jesus. A partir de então, passou- se, nas épocas natalinas, a fazer o Presépio como se podia e esse costume  perdura até hoje.

É preciso que o espírito solidário do Natal permaneça no amor

Aqui em Ubatuba ,não existe como tradição nas casas . Não é obrigatório que se tenha um presépio, faz quem gosta e quem quer. Porém, nas igrejas católicas e  nas capelas, o presépio está presente. Perto ou longe do altar, as pessoas que participam das missas, passam pelo presépio para orar, fazer fotos ou só para pedir a bênção do Menino Deus.
Quando participei das Folias de Reis nas casas, vi poucos presépios. Em algumas havia  somente a Sagrada Família (Maria, José e o Menino), ou mesmo um Jesus em seu berço palha. Como ainda estamos no tempo do advento,- tempo de espera para o natal- , as manjedouras estão vazias, pois  só no dia 24 ou  25 se coloca a imagem do Menino Jesus.

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Fartura caiçara – Xilogravura de Arnaldo Passos

Os poucos presépios,  competem com as árvores verdes, nevadas e multicoloridas , iluminando as noites até o dia 06de janeiro , quando se celebra a Epifania, que é a manifestação e a compreensão  espiritual do que aconteceu naqueles dias, quando Deus habitou entre nós como homem.É também o dia dos Reis Magos, aqueles que visitaram o Menino e ofertaram -lhe  como presentes,  o ouro, o incenso e a mirra.
Encerra se aí o ciclo natalino. Tudo depois é guardado à espera do próximo Natal.

Que o Natal nos torne mais solidários com aqueles  que precisam de acolhimento;  com os  sem pátria; com os sem lar, com os  sem afeto; com os  sem alimento. E que o espírito do  Natal não seja presente entre nós só no dia 25 de dezembro,  e sim que permaneça em  todos os dias. Até porque nas manjedouras o Menino Deus está  sempre de braços abertos, tal qual na Cruz. Porque será? Talvez para que pensemos ,seriamente,  no ato do abraço e  da acolhida e não fiquemos de braços cruzados.

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Um Comentário

  1. Sempre observei nos presépios, ou nas imagens do Menino Jesus,que Ele está sempre retratado de braços abertos como se esperasse um abraço nosso.Muito tempo depois lá no Calvário,na Cruz,Ele também está de braços abertos.Sempre.Tavez seja mesmo à conclusão que cheguei : para que não fiquemos de braços cruzados perante tanta injustiça e desamor que está bem a nossa frente,ao nosso lado.Claro ,existe o lado bom mas a dor ainda e grande diante dos nossos olhos.

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