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Nova Tamoios não fez obras de estabilização da serra

Nova Tamoios, velho problemas

Por Camilo Terra

Camilo Terra é caiçara,  é funcionário da Procuradoria da República

13 horas, este foi o tempo que a rodovia dos Tamoios SP 99 ficou interditada no dia de ontem na sua pista de descida, que corresponde ao traçado antigo da rodovia reconstruido após a catástrofe de 1967.

Com a interdição motoristas ficaram mais de 5 horas aguardando uma operação de pare e siga com comboios que utilizavam a serra nova ( a dos túneis) alternadamente para subir e descer.

Nova Tamoios ainda não fez as obras necessárias à estabilização da serra

Segundo a concessionária Nova Tamoios a interdição se deve a um protocolo de segurança que estabelece a interdição da serra se o acumulado de chuva em 72h ultrapassar os 100 mm.

Tamoios ontem no sentido São Jose- Caraguatatuba . Foto Wagner Garcia
Tamoios ontem no sentido São Jose- Caraguatatuba . Foto Wagner Garcia

Mas eu pergunto: após anos de concessão a Nova Tamoios ainda não fez as obras necessárias à estabilização da serra para que não haja mais a necessidade de interdição? Sei que o caso é objeto de inquérito do MP/SP, mas não encontrei o resultado deste procedimento, porém me parece óbvio que a situação que leva a adoção de um protocolo de segurança deve ser objeto de investimentos da concessionária para sanar os problemas levando a rodovia a não precisar de interdição nos dias de chuva.

Afinal para que pagar pedágio que sobe todo ano, esse ano subiu 12%, se a empresa não investe em segurança a ponto de desde a concessão ter que fechar a rodovia quando chove um pouco a mais, aliás este pouco a mais na região com um dos maiores índices pluviométricos do Brasil é piada, afinal 100 mililitros de chuva em 3 dias em Ubachuva, Caraguatachuva e São Sebastrovão é fichinha em especial de setembro a abril.

A rodovia fecha, mas os pedágios continuam sendo cobrados

Outra coisa que não me cai como certo: a rodovia fecha, mas os pedágios continuam sendo cobrados, ou seja, mesmo não podendo fazer a viagem, tendo de ficar 5, 7 ou 10 horas esperando o pedágio é cobrado como se tudo estivesse dentro da normalidade, assim também para quem, cansado de esperar, decide voltar lhe é cobrado o pedágio na praça de Jambeiro, mesmo o usuário não tendo conseguido fazer sua viagem.

Em resumo: uma empresa privada baseada num protocolo que não tem prazo para acabar, simplesmente bloqueia a rodovia, mas continua cobrando o pedágio, e sequer atende os usuários com água, alimentos ou ao menos informações sérias e atualizadas: é o privado soberano sobre o público.

Fotos de Wagner Garcia

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