O Dia do Indio, e a grandeza do general Rondon

Diário do Fim do Mundo
Texto, vídeo e apresentação de Marcus Vinicius Ozores:
Diário do Fim do Mundo, 19 de abril do ano de 2022 e estou aqui na praia da minha amada República Anarquista dos Tupinambás de Barequeçaba resistindo à desestruturação das Terras de Pindorama e tô aqui erguendo alto um brinde enorme de ‘Só a poesia nos Salvará’ de tanta barbárie.
E não se esqueçam terráqueos e brasileiros que hoje, dia 19 de abril, é a data que se comemora o Dia do Indio. E viva os tupinambás que eram antropófagos. E essa data foi estipulada durante o governo Vargas, em 1943, embora ela tivesse sido escolhia em 1940, durante um encontro de de índios de toda a América que ocorreu na Cidade do México. E a escolha do dia do índio só aconteceu pela insistência do Marechal Cândido Rondon, que na época já tinha quase 80 anos.
Nesses tempos do desgoverno do Capitão – incentivador de invasão de terras indígenas para exploração de riquezas do sub solo e de ouro -, e de tempos sombrios de vazamentos de gravações de áudio, da década de 1970, onde generais, travestidos de juízes do Superior Tribunal Militar, que aparecem defendendo a prática da tortura nas prisões militares, é muito triste. Concordar com a tortura e algo de criminoso. E o pior foi o general, vice-presidente do capitão, dizer que tortura não é mais tema, pois, os mortos não falam, concordando implicitamente com a tortura que se fez e que se continua fazendo nas milhares de delegacias e presídios desse país. Por isso, falar em Dia do Ìndio e lembrar o nome do Marechal Cândido Rondon, é falar em esperança.
O Marechal Cândido foi, talvez, o primeiro brasileiro e com certeza o primeiro militar brasileiro, que dedicou sua vida profissional a proteger as várias nações indígenas desse país. Em 1910 Rondon criou o SPI , o Serviço de Proteção ao Indio e coube ao Marechal Rondon mapear dezenas de rios e serras ainda desconhecidas pelo sertão desse país.

Foi Rondon que implantou, no meio da selva rede de telégrafo do Mato Grosso a Amazônia, esteve no Peru e na Colômbia. Uma vez. atingido por uma flecha envenenada atirada por um índio nhambiquaras, o velho Marechal ordenou aos seus comandados que não reagissem. O Marechal Rondon teve uma frase célebre que diza “Morrer se preciso, matar nunca. Por isso ele nunca levantou a mão e nunca atirou nem matou nenhum índio, ao longo de mais de 40 anos de contato com milhares de tribos até então desconhecidas aos brasileiros e ao mundo. Fico aqui matutando, o que será que o Marechal Rondon, vendo lá do alto, esse nosso Brasilzão de hoje, o que ele deve pensando dos seus pares de uniformes?
Como hoje é dia do Indio vou ler o poema escrito por um descendente das tribo Pataxó que se chama Edmar Batista de Souza (e assina Itohã Pataxó).
Veja Itohã Pataxó no youtube
DIA DE INDIO
O índio lutador,
Tem sempre uma história pra contar.
Coisas da sua vida,
Que ele não há de negar.
A vida é de sofrimento,
E eu preciso recuperar.
Eu luto por minha terra,
Por que ela me pertence.
Ela é minha mãe,
E faz feliz muita gente.
Ela tudo nós dar,
Se plantarmos a semente.
A minha luta é grande,
Não sei quando vai terminar.
Eu não desisto dos meus sonhos,
E sei quando vou encontrar.
A felicidade de um povo,
Que vive a sonhar.
Ser índio não é fácil,
Mas eles têm que entender.
Que somos índios guerreiros.
E lutamos pra vencer.
Temos que buscar a paz,
E ver nosso povo crescer.
Orgulho-me de ser índio,
E tenho cultura pra exibir.
Luto por meus ideais,
E nunca vou desistir.
Sou Pataxó Hãhãhãe,
E tenho muito que expandir.
Thank you for your sharing. I am worried that I lack creative ideas. It is your article that makes me full of hope. Thank you. But, I have a question, can you help me? https://accounts.binance.com/hu/register?ref=FIHEGIZ8