Os Diários do Ozores

Verdades e mentiras no Planalto e na poesia

Diário do Fim do Mundo

Texto, vídeo e apresentação de Marcus Vinicius Ozores

Diário do Fim do Mundo, sexta feira, dia 22 de abril do Ano Sem Fim do Poço de 2022 e eu  continuo aqui firme, lançando minhas granadas de cultura com o ‘Só a poesia nos Salvará’ , diretamente da minha república Livre Anarquista dos Tupinambás de Barequeçaba.

Bem, hoje é 22 de abril data em que o Cabral, lembram dele?  aquele tal de Pedro Alvares que há 522 anos atrás aportou no sul da Bahia, aos pés do Monte Pascoal, onde hoje está localizada a cidade de Santa Cruz Cabrália.

E nesse 22 de abril de 2022, é o dia em que a Terra de Pindorama está ruminando a ração venenosa que o Capitão receitou ontem ,no final da tarde à Nação , num rompante ao modelito de Luiz XIV e, se intitulando com poder da Graça,  concedeu perdão ao deputado Daniel Silveira, cuja biografia aponta que falsificou atestados para concurso na PM carioca. Pior que isso, Aliás, a biografia do ex-policial, também aponta que ele foi demitido e processado do  grande cargo de cobrador de ônibus por apresentar atestados falsos para justificar ausência ao trabalho.

Bem, o nosso Capitão presidente que usa e abusa dos textos bíblicos para justificar a sua unção no cargo máximo da Nação, deveria lembrar -se da frase bíblica que diz: “O que anda com os sábios ficará sábio, mas o companheiro dos tolos será destruído”. Esta frase que está na Biblia sofreu uma corrupção, uma corruptela e entrou na boca do povão numa releitura de uma Bíblia imaginária dizendo assim : “Dize-me com que andas que eu te  direi quem és”. Mas, esta frase não existe na Bíblia, mas não está. Ela é uma corruptela da frase anterior que é :

“O que anda com os sábios ficará sábio, mas o companheiro dos tolos será destruído”.

E parece que os companheiros do Capitão não são muito sábios

E como hoje falamos sobre mentira, leio o poema de autoria de Bráulio Bessa intitulado:

VERDADES E MENTIRAS

Braulio Bessa – Foto divulgação

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A mentira é perigosa,
nos transforma em outro ser.
Diz a lenda que mentir
faz nosso nariz crescer.
Sua força é mais voraz,
pois quem mente sempre faz
a confiança encolher.

A confiança que é
alicerce e suporte.
Toda mentira enfraquece.
A verdade nos faz forte
pra suportar qualquer dor
e pra sarar qualquer corte.

A obra da confiança
é pouco a pouco construída.
Passo a passo, gesto a gesto,
demora pra ser erguida.
Se a base não for bem forte,
num sopro ela é demolida.

Palavras, belos discursos
podem conter falsidade,
mas atitudes e gestos
revelam qualquer verdade.
Dizem que a verdade dói,
já a mentira, destrói,
escurece seu olhar,
lhe deixa fraco, inseguro,
e o caminho mais escuro
é o pior de caminhar.

Por isso, pra iluminar
um amor, um sentimento,
seja sempre verdadeiro,
e não só por um momento.
Seja honesto em sua essência,
pois a própria consciência
é seu pior julgamento.

E sempre será assim:
o correto e o errado,
a verdade e a mentira
caminhando lado a lado.
Há quem grite uma verdade,
há quem minta até calado.

Por isso é tão difícil
ter alguém pra confiar.
A verdade e a mentira
teimam sempre em se encontrar
sem hora ou dia marcado,
sem avisar o lugar.

E mesmo assim…

Vale a pena acreditar
até no que não se vê.
Vale a pena confiar
num verso meio clichê:
É confiando em alguém
que alguém confia em você.

É preciso ser honesto
pra cobrar honestidade.
É preciso ser sincero
pra cobrar sinceridade.
E só quem é verdadeiro
pode cobrar a verdade.

 

Hidrel
A Cancioneiro Caiçara tem o apoio cultural da Hidrel. Uma empresa genuinamente caiçara.

Marcus Ozores

Marcus Vinicius Pasini Ozores é fotógrafo, jornalista, apresentador de TV , mestre em Ciências Sociais e Pesquisador Associado na UNICAMP

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Um Comentário

  1. Grande Braulio Bessa, não há poemas seus que a gente não admire, a capacidade dele de interpretar o momento em quaisquer situações. Puro e sensível!

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