Pedra do Sapo

Por Sergio Pereira de Souza
Todos os dias você se senta no banco do jardim debaixo da pitangueira.
Você olha para mim, para o mar, para as montanhas, para tudo que o cerca
e para o céu, como se estivesse a porta do Templo do Deus Criador.
Você não consegue conversar com Ele, apenas fala na esperança de ser ouvido.
As vezes você desanima e começa a conversar com as plantas, as flores, com os pássaros,
com o coqueiro velho, com a jaqueira da frente da casa do vizinho, com as ondas
do mar, com o vento, com os seus cães e com seus gatos.
Todos falam. Vocês conversam.
Você só olha para mim, nunca puxou conversa.
Como você deseja ser amado não fala comigo
pensando que eu tenho um coração de pedra. Ledo engano, meu coração pulsa por você.
Estou aqui imóvel, desde sempre. Nem por isso deixo de amar. Meu coração pulsa por
você todas as vezes que se senta no banco do jardim e olha para mim.
Não fique triste, vamos conversar.
*Sergio Pereira de Souza é advogado aposentado , morador da Praia de Baraqueçaba, São Sebastião e cronista da Cancioneiro Caiçara

Parabéns, Bela técnica de escrita em que o objeto é a principal personagem.
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