A Crônica do diaOs Diários do Ozores

A CULPA É DO DUENDE DA XUXA

 Diário do ano da peste de 2021

Por Marcus Ozores

Hoje é sexta feira dia 20 de agosto e cuidado que o mês do cachorro louco não acabou. Ainda podemos viver emoções mais fortes ainda. Aliás, agora entendi entendi tudim tudim como a imprensa persegue o mito. Afinal ontem na live dele ele mostrou que a gasolina e o gás de cozinha estão muito baratos no Brasil. A culpa – se o gás chega caro na casa do consumidor e a gasolina nos postos de gasolina – não é do governo dele não já que na refinaria o preço do litro da gasosa sai por 1,95 pila. Agora como chega na bomba a 7,00 pila o litro ele o mito não sabe porque. Breaking News: Eu descobri: a culpa do gás e da gasolina subir tanto é do duende, lembra aquele duende que a Xuxa ainda jura de pé junto que existe no jardim da casa dela? Pois é, e esse duende que ascendência da tribos turco otomanas da Ásia Central atende pelo nome Riaj Saissem Oranoslob.

Um velho ditado da selva já dizia que é melhor ouvir essa afirmação do que ser surdo, é ou não é? Então continuo aqui na minha república anarquista dos tupinambás de barê, lançando meus misseis do “Só a poesia nos Salvará”.

E nossa nau continua navegando pelas da costa africana e visitamos os versos do médico e poeta António Agostinho Neto nascido em Ícolo e Bengo, em Angola, em 17 de setembro de 1922 e falecido em Moscou em 10 de setembro de 1979. Agostinho Neto foi a principal figura de Angola no século XX. Foi Presidente do Movimento Popular de Libertação de Angola e em 1975 tornou-se o primeiro Presidente de Angola até 1979.

Vou ler de Agostinho Neto o poema denuncia

 

O CHORO DE ÁFRICA

O choro durante séculos

nos seus olhos traidores pela servidão dos homens

no desejo alimentado entre ambições de lufadas românticas

nos batuques choro de África

nos sorrisos choro de África

nos sarcasmos no trabalho choro de África

Sempre o choro mesmo na vossa alegria imortal

meu irmão Nguxi e amigo Mussunda

no círculo das violências

mesmo na magia poderosa da terra

e da vida jorrante das fontes e de toda a parte e de todas as almas

e das hemorragias dos ritmos das feridas de África

e mesmo na morte do sangue ao contato com o chão

mesmo no florir aromatizado da floresta

mesmo na folha

no fruto

na agilidade da zebra

na secura do deserto

na harmonia das correntes ou no sossego dos lagos

mesmo na beleza do trabalho construtivo dos homens

o choro de séculos

inventado na servidão

em historias de dramas negros almas brancas preguiças

e espíritos infantis de África

as mentiras choros verdadeiros nas suas bocas

o choro de séculos

onde a verdade violentada se estiola no circulo de ferro

da desonesta forca

sacrificadora dos corpos cadaverizados

inimiga da vida

fechada em estreitos cérebros de maquinas de contar

na violência

na violência

na violência

O choro de África e’ um sintoma

Nos temos em nossas mãos outras vidas e alegrias

desmentidas nos lamentos falsos de suas bocas – por nós!

E amor

e os olhos secos.

Marcus Vinicius Pazini Ozores, é jornalista e mestre em Sociologia, pela Unicamp. Foi assessor de imprensa dessa universidade onde continua como pesquisador . Trabalhou em grandes órgãos de mídia nacional> Aposentado, atualmente solta torpedos em versos de seu refúgio a praia de Baraqueçaba, em São Sebastião, onde reside.

 

A Cancioneiro Caiçara tem o apoio cultural da Hidrel. Uma empresa genuinamente caiçara.

Marcus Ozores

Marcus Vinicius Pasini Ozores é fotógrafo, jornalista, apresentador de TV , mestre em Ciências Sociais e Pesquisador Associado na UNICAMP

Artigos relacionados

Um Comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Verifique também
Fechar
Botão Voltar ao topo