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Dona Silvina Arouca, matriarca da Familia Carvalho Arouca, morre em Caraguatatuba

Texto Pitagoras Bom Pastor

Fotos arquivo da familia 

 

Morre Silvina Arouca matriarca caiçara das famílias Arouca e Carvalho

 

Faleceu hoje em Caraguatatuba, aos 95 anos de uma vida exemplar e bem vivida, a senhora Silvina Carvalho Arouca, a mais velha caiçara que ainda permanecia  viva das famílias Carvalho e Arouca.

Silvina Arouca em foto recente postada pela família

Comerciante, ofício que herdou do pai, Joquim Gomes Carvalho, mais conhecido como Joaquim Paes, Silvina se casou com Antônio Cruz Arouca, que também era comerciante, dono de um dos principais armazens de secos e molhados na cidade. Secos e molhados é o nome que se dava às antigas mercearias, que eram estocadas com alimentos e qualquer outra coisa que uma pessoa precisasse. A mercearia de Antônio Cruz Arouca ficava na avenida Altina Arantes. Com ele Silvina teve 5 filhos, sendo o mais conhecido deles, o Beto Arouca, agente policial da Polícia Civil e lider do Grupo do Facebook  Caraguatatuba- SP.

 

A Trágica morte do Marido

Em 1962, o marido de Silvina que era vereador , o Antônio Cruz Arouca, e que  se destacava também na política local por sua pro-atividade e honradez , morreu quando realizava uma pescaria com seus amigos Espanhol e Mazinho, surpreendidos por uma tempestade no mar. Do trio apenas Mazinho escapou com vida.

Silvina Arouca co seu marido Antonio Cruz Arouca e filhos em Aparecida

Abalada com a morte do marido, mas valente como toda mulher caiçara, Silvina continuou com o comércio e assim criou e educou muito bem sua prole, hoje todos cidadãos muito respeitados na cidade, graças à educação que lhes deu a mãe. Na época da morte dos pais, todos eles eram muito novos. O acidente na  pescaria causou grande comoção na cidade e na região do litoral norte.

 

Famílias Carvalho e Arouca tradição caiçara

Segundo Rodoaldo Graciano Fachini, 80 anos, um excelente memorialista de Caraguatatuba, Joaquim Carvalho, mais conhecido como Joaquim Paes, era caixeiro viajante e em 1930 mudou se para Caraguatatuba onde se estabeleceu também na rua Altino Arantes, travessa com a rua São Benedito, com uma loja de armarinhos (roupas , material para costura e outras coisas). E também, como seu genro era um dos homens mais bem situados financeiramente na cidade de Caraguatatuba.

Silvina Arouca com seu marido Antonio Cruz Arouca e filhos em Aparecida

Sua loja mais tarde ficou sendo administrada pela sua filha Nena e sobreviveu por muito tempo . Para o comerciante Aluzio Arouca, tanto o seu Joaquim Paes, quanto a Nena eram excelentes comerciantes porque a loja sobreviveu e deu sobrevivência à familia Carvalho ininterruptamente, enfrentando várias crises econômicas no país. Aluízio que é sobrinho de Antônio Cruz Arouca e de Dona Silvina, também tinha grande apreço e admiração pelos tios.

Já a familia Arouca está estabelecida em Caraguatatuba há  mais de 150 anos, pois já no Almanak Lammaert de 1872, aparece um José Pereira Arouca como um dos comerciantes da cidade, na época em Sociedade com um Nardi. Coincidentemente, Beto Arouca, jovem ainda ,-  sem ainda saber desse laço comercial que unia as famílias Nardi e Arouca no passado- , acabou casando -se  com Valéria Nardi, provando que na vida as boas coisas se repetem.

No Almannak Lammaert de 1873 já constava as famílias Nardi e Arouca em Caraguatatuba

Pois é, com uma história tão bonita dessas, Dona Silvina descansa agora  enquanto pessoa física da sua dura lida, mas seu nome fica registrado nos anais da história de Caraguatatuba e sua história segue viva e ativa, inclusive biolgicamente, na pessoa de seus filhos, netos e bisnetos. Afinal, como disse A. S. Exupery, boas pessoas não morrem, semeiam-se.   Viva a dona Silvina Arouca que tato semeou na comunidade de Caraguatatuba, sua amada terra.

 

Pitagoras Bom Pastor

Pitágoras Bom Pastor de Medeiros, é formado em direito e pós graduado em jornalismo digital

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