Notícias

DESIGUALDADE MATA

É visível o aumento  de mendigos nas ruas, inclusive no litoral norte 

Por  Priscila Siqueira 

Priscila Siqueira é jornalista aposentada, escritora e Mestra Proeira da Cancioneiro Caiçara

A OXFAM, uma organização brasileira criada em 2014 para combater a fome, a desigualdade social, enfim a luta pelos Direitos Humanos com foco especial na juventude, raça/etnia e gênero, publicou um relatório sobre a situação de nosso País e do mundo, em cima de dados do ano que passou, 2021.

O relatório mostra que os mil maiores bilionários existentes no planeta terra, recuperaram suas perdas econômicas devido à pandemia do Corona Vírus, em nove meses. Por outro lado, os mais pobres levarão um década para chegar ao nível de vida que tinham antes da pandemia.

A Covid-19 gerou também uma pandemia de desigualdade sociais em todos os países do mundo, inclusive o Brasil. E essa desigualdade social recaiu principalmente sobre as mulheres, negros, grupos étnicos minoritários, como nossos indígenas brasileiros. São essas as pessoas que mais sofreram e sofrem com a pandemia e suas consequências.

Por exemplo, as taxas de contaminação da doença recaíram de forma brutal sobre os mais pobres da sociedade. Foram os negros que tiveram maior número de casos de contaminação e mortes. Também foram as mulheres quem mais perderam empregos.

Durante todo o período da doença, os 10 homens brancos mais ricos do mundo, acumularam 500 bilhões de dólares. O relatório a OXFAM mostra que os países ricos estão ignorando o apelo da Organização das Nações Unidas –ONU, para que ajudem a salvar as vidas de 55 milhões de pessoas que estão à beira da fome em todo mundo. Outro exemplo: enquanto alguns países ricos têm vacinas sobrando, no Continente Africano somente 8% das pessoas foram vacinadas.

A crise que vivemos no Brasil está jogando famílias nas ruas e as barracas se espalham por todas as grandes cidades do País. Na capital paulista, o desemprego e o aumento do custo de vida na pandemia, jogaram ao relento famílias inteiras mudando o perfil da pessoas sem teto que moram nas ruas. Agora, são pais, crianças, bebês, pessoas de idade que dormem em barracas, pois os chefes de família perderam o emprego e não têm como pagar o aluguel. Em alguns bairros da capital paulista, essa população chegou a aumentar 170% desde 2019, como aponta a Prefeitura da cidade de São Paulo.

E nós aqui, nas cidades do litoral norte paulista, não é visível o aumento dos sem-teto, dos mendigos e das pessoas que fazem malabarismos nas ruas quando fecham os sinais para os carros? E ainda existem prefeituras que avisam para não se dar esmolas aos pedintes.

Afinal, o que o poder Público está fazendo pra minorar tal situação?

Esse é um problema de todos nós. Precisamos ser mais solidários com os que estão sofrendo na carne mais do que nós, as consequências dessa pandemia maldosa e desta divisão de riquezas imoral, degradante e assassina.

 

A Hidrel Hidráulica e eletrica apoia a Cancioneiro Caiçara

Priscila Siqueira

Priscila Dulce Daledone Siqueira Nasceu Ponta Grossa, PR, em 1939. Cursou jornalismo UFRJ; Foi pioneira no jornalismo ambiental. É uma das fundadoras do Movimento de Preservação de São Sebastião e da Sociedade de Defesa do Litoral Brasileiro, além de ser uma das fundadoras da SOS Mata Atlântica. Foi professora da Escola Normal de São Sebastião

Artigos relacionados

3 Comentários

  1. Infelizmente a pandemia fez com que os ricos ficarem mais ricos, e a maioria chegou aotopo de uma vida degradante. A falta de comida nas panelas o desemprego a falta do o lhar dos mais abastados e imprecionante. Donos de super mercados sobem.os preços da mercadorias a cada auxílio emergencial como se essa mereca fosse suficiente para aplacar a fome. Crianças desnutridas, pessoas se voltando para a marginalidade aumentando os espaços do presídio , muitos pela própria sobrevivência de seus familiares e acabam se envolvendo em situações ilícitas acarretando ainda mais o problema. Meninas se prostituindo, e os salários dos políticos continua subindo. A desigualdade é visível aos nossos olhos. E até quando vamos conseguir virar esta página, pois a desgraça de um povo gera a riqueza de outros…

  2. Não acredito que tenha sido só a Pandemia, que esteja levando-nos ao caus, mas também ao abismo político que estamos enfrentando.
    Nós somos um navio afundando sem comandante.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo