Em rota de extinção

Diário do ano da peste de 30 de outubro de 2021
Texto e vídeo Marcus Ozores
E hoje é sábado dia 30 de outubro. E hoje aquele dia que nosso senhor Jesuscristinho gosta de ver todo mundo bem por aqui na terra e é por isso que continuo lançando as minhas granadas do “Só a poesia nos Salvará” contra a irracionalidade mundial.
E nosso senhor Jesuscristinho nos proteja dos perigos daqueles os poderosos estão ameaçando a nossa mãe Gea. E ontem eu vi um vídeo que está circulando nas redes sociais, que nós humanos de todos os cantos da Gea deveríamos ficar atentos. O filme curtinho, feito pela ONU, mostra um tiranossauro Rex entrando pelo corredor do plenário da ONU e dirige-se ao microfone para falar com a plateia atônita. O imenso réptil adverte os representantes de todos os países, que ainda dá tempo de se reverter o quadro do aquecimento global , que pode causar a extinção da raça dos humanos. E adverte que a era dos dinossauros , também, foi totalmente extinta há 70 milhões de anos.
E daí pergunto eu, se a ciência calcula que a Terra tem 5 bilhões de anos, imaginem quantas espécies animais já foram extintas? E quantas vezes os homídeos já foram extintos antes de nós habitarmos a Gea? Parecem perguntas tolas, mas se a não fizermos o que restará do planeta na mão de pessoas desequilibradas?
Por isso hoje escolhi dois poetas. O primeiro é Alberto Caieiro, um dos pseudônimos de Fernando Pessoa e o segundo é o nosso mineiro de Itabira, Carlos Drummond de Andrade.
O primeiro poema que lerei é de autoria de Alberto Caieiro :
DA MINHA ALDEIA
Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver no Universo…
Por isso a minha aldeia é tão grande como outra terra qualquer
Porque eu sou do tamanho do que vejo
E não do tamanho da minha altura…
Nas cidades a vida é mais pequena
Que aqui na minha casa no cimo deste outeiro.
Na cidade as grandes casas fecham a vista à chave,
Escondem o horizonte, empurram o nosso olhar para longe
de todo o céu,
Tornam-nos pequenos porque nos tiram o que os nossos olhos
nos podem dar,
E tornam-nos pobres porque a nossa única riqueza é ver.
O segundo poema é de Carlos Drummond de Andrade:
ALÉM DA TERRA, ALÉM DO CÉU
Além da Terra, além do Céu,
no trampolim do sem-fim das estrelas,
no rastro dos astros,
na magnólia das nebulosas.
Além, muito além do sistema solar,
até onde alcançam o pensamento e o coração,
vamos!
vamos conjugar
o verbo fundamental essencial,
o verbo transcendente, acima das gramáticas
e do medo e da moeda e da política,
o verbo sempreamar,
o verbo pluriamar,
razão de ser e de viver.

Gostei Ozores sempre consegue da dar seu recado.