Os Diários do Ozores

O Dragão da maldade e Pedro o Grande

Diário de Pindorama

Texto e vídeo  e apresentação de Marcus Ozores

Marcus Vinicius Pasini Ozores e jornalista e pesquisador associado da Unicamp em Ciências Sociais
Marcus Vinicius Pasini Ozores e jornalista e pesquisador associado da Unicamp em Ciências Sociais

Diário de Pindorama, dia 6 de fevereiro de 2022, terceiro ano da peste. E estou aqui com “Só a poesia nos Salvará”, diretamente daqui da minha República Livre Anarquista dos Tupinambás de Barequeçaba.

Desde a ultima sexta feira tenho acompanhado a PIG – isto é, o Partido da Imprensa Golpista como bem definiu Paulo Henrique Amorim em 2007, os jornalões, tv’s e rádios dos grandes conglomerados – para ver se publicaram um parágrafo sequer sobre o acordo de cooperação assinado na sexta feira, dia 4 de fevereiro, em Pequim entre Putin (novo Pedro Grande) e Ji Jin Pin  (o grande Kan). E nada, a nossa PIG não passa de ser divulgadora de press- release do Departamento de Estado norte americano.

Vladimir_Putin_and_Xi_Jinping_(2019-06-05)_05

Leia também sobre a Ucrânia

Mas esse acordo assinado entre as duas superpotências do oriente prevê a manutenção dos acordos geopolíticos definidos no armistício da II Guerra Mundial e defendem intransigentemente uma nova ordem econômica tendo como polo irradiador a economia do Oriente. Inclusive o acordo bilateral aventa a retomada dos Bric’s (do qual o Brasil é signatário) e o texto ainda deixa aberto a possibilidade do fim do dólar como padrão de equidade internacional e a substituição por nova moeda. Também frisa que Russia e China não renunciarão a autonomia econômica e desestimulam o Império do Norte da América as provocações de guerra. Alertam para o perigo de uma guerra que, se vier a ocorrer, será global.

Leia também de Ozores

É nesse mundo – que paira o medo de uma guerra global a partir da fronteira Ucraniana – que o nosso Dragão da Maldade agendou visita no próximo dia 14 encontro com Pedro, o grande. Minha pergunta simples é: o que esse Dragão da Maldade – orientado pelo Paulo Rasputin Guedes – vai mesmo conversar com Pedro, o Grande nesse momento de tensão mundial? Espero que não vá jogar xadrez, pois, será derrotado com o chamado ‘mate do louco’ em apenas dois lances.

Tom Jobim e as “pérolas” do Paulo Guedes

E já que estamos falando de Rússia trago para vocês os versos do grande poeta revolucionário Vladimir Maiakovski que nasceu em 1893 e morreu em 1930 de maneira trágica. Maiakovski foi homem de grandes paixões, arrebatado e lírico, épico e satírico ao mesmo tempo. Maiakovski é conhecido como o ‘Poeta da Revolução’ e considerado como um dos maiores poetas do século XX.
Vou ler desse gênio russo dois poemas

O Poeta Majakovszkij, fonte Wikipedia

E Então que Quereis?

Fiz ranger as folhas de jornal
abrindo-lhes as pálpebras piscantes.
E logo
de cada fronteira distante
subiu um cheiro de pólvora
perseguindo-me até em casa.
Nestes últimos vinte anos
nada de novo há
no rugir das tempestades.
Não estamos alegres,
é certo,
mas também por que razão
haveríamos de ficar tristes?

O mar da história
é agitado.
As ameaças
e as guerras
havemos de atravessá-las,
rompê-las ao meio,
cortando-as
como uma quilha corta
as ondas.

O AMOR

Um dia, quem sabe,
ela, que também gostava de bichos,
apareça
numa alameda do zôo,
sorridente,
tal como agora está
no retrato sobre a mesa.

Ela é tão bela,
que, por certo, hão de ressuscitá-la.
Vosso Trigésimo Século
ultrapassará o exame
de mil nadas,
que dilaceravam o coração.

Então,
de todo amor não terminado
seremos pagos
em inumeráveis noites de estrelas.
Ressuscita-me,
nem que seja só porque te esperava
como um poeta,
repelindo o absurdo quotidiano!
Ressuscita-me,
nem que seja só por isso!
Ressuscita-me!

Quero viver até o fim o que me cabe!
Para que o amor não seja mais escravo
de casamentos,
concupiscência,
salários.

Para que, maldizendo os leitos,
saltando dos coxins,
o amor se vá pelo universo inteiro.
Para que o dia,
que o sofrimento degrada,
não vos seja chorado, mendigado.
E que, ao primeiro apelo:

– Camaradas!

Atenta se volte a terra inteira.
Para viver
livre dos nichos das casas.
Para que doravante
a família seja
o pai,
pelo menos o Universo,
a mãe,,
pelo menos a Terra.
___

Marcus Ozores

Marcus Vinicius Pasini Ozores é fotógrafo, jornalista, apresentador de TV , mestre em Ciências Sociais e Pesquisador Associado na UNICAMP

Artigos relacionados

2 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Verifique também
Fechar
Botão Voltar ao topo