Erundina a melhor prefeita de São Paulo

Por Priscila Siqueira

Nordestina, baixinha, solteira e mulher : O que essa assistente social veio fazer em São Paulo, capital do Sul Maravilha?!
Nada mais, nada menos que ser a melhor prefeita -entre mulheres e homens- que essa cidade já teve. Isso após ter sido eleita vereadora, já que era um nome super conhecido nas periferias pobres paulistanas.
Na prefeitura, teve nomes como o da professora Marilena Chauí na área da Cultura. Nas comemorações da “descoberta” das Américas realizadas em 1992, essa Secretaria organizou o evento “Amigos dos Índios do Brasil”. Vejam bem, a Prefeitura da maior cidade da América do Sul, não se esqueceu da situação dos indígenas brasileiros, principalmente da comunidade Guarani que vive em território paulistano.
Em seu Governo foram construídas numerosas casas populares, a assistência médica atingiu os mais desvalidos, a Educação teve um olhar carinhoso especial e os Pobres de Rua se organizaram em cooperativas, tendo a rua somente como local de trabalho e não mais moradia com essa nova oportunidade de trabalho.
Mas essa mulher não ficou só no trabalho da área social. Foram elaborados levantamentos geológicos das áreas de risco da cidade, para evitar que as catástrofes naturais atingissem a vida de seus moradores. Escolas foram construídas além das casas populares e locais de atendimento à saúde da população.
Luiza Erundina foi a primeira Deputada Federal que conseguiu uma Audiência Pública no Congresso Nacional, para discutir a Tráfico de Pessoas, isso no ano de 2005. Nessa época, o Tráfico Humano era considerado uma ”lenda urbana” que poucos davam atenção. Foi então, que esse crime perverso começa a ter maior visibilidade.
Essa mulher foi sempre muito mística e religiosa. Ela deu a vida para a construção de um Mundo mais amoroso e justo. Assim foi sempre a sua luta.
Atualmente com quase 90 anos, mas uma energia de adolescente, Luiza traduz o que o teólogo da Libertação, Leonardo Boff, relata em um de sus livros: ela tem a cabeça de águia, com uma visão holística do mundo, da política e da vida, mas mantém os pés no chão, como as galinhas, vivendo sempre no cotidiano daqueles que mais precisam.
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